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06 maio 2014

Detento morre em CDP, e família só é informada 10 meses depois

Comentário:  Em caso de óbito o serviço social prontamente entram em contato com os familiares pelos dados no cadastrados pelo detento. É lavrado o B.O. com morte suspeita e averiguado pela PC, e normalmente se abre PAP para apurar responsabilidades funcionais. Felizmente não consigo entender o teor da matéria, tantas pessoas em nosso Brasil em condições desumanas , sem saneamento básico e alimentos, trabalho escravo e famílias que tiveram seus bens subtraídos e pais mortos por assaltantes que merecem com certeza uma reportagem para mostrar a sociedade o verdadeiro Brasil. Marcos Neto


A morte de um detento de 25 anos, ocorrida no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros III, em São Paulo, demorou dez meses para ser comunicada à mãe dele, afirma ela.

Antoniel Francisco da Silva morreu em 22 de junho de 2013. Sua mãe, Ana Eloisa Francisco, 60, moradora em Nova Odessa (119 km de São Paulo), só ficou sabendo que o filho tinha morrido depois de ir até o CDP pessoalmente, em 25 de abril deste ano.

Agora, ela busca uma forma de transportar o corpo de São Paulo para Nova Odessa e questiona a causa da morte, que não foi especificada no atestado de óbito.

A dona de casa contou que o filho cumpria pena por roubo no CDP de Guaraí. Ele foi preso em 2011, mas ficou um período foragido, pois não retornou à prisão após sair durante indulto de final de ano. Ele acabou voltando para cumprir a pena em abril de 2012.

Ao se apresentar, ele foi levado ao CDP de Americana e depois encaminhado ao CDP de Sorocaba. Nessa época, se comunicava com a família por carta.

"Inclusive, quando ele foi transferido, me ligaram para avisar que ele tinha chegado em Sorocaba e que estava bem. Eles tinham meus contatos. Fiquei arrasada por ficar sabendo que ele morreu dessa forma", disse.


Ela contou ainda que Silva era seu único filho. "Eu não tinha dinheiro para ir vê-lo, então ele escrevia. Tenho todas as cartas. Mas, uma vez, no começo de 2013, uma carta voltou. E eu não fiquei sabendo mais dele. Como eles puderam fazer isso? Estou com raiva do Estado", contou Ana Eloisa, que acredita que, nesse momento, ele tenha sido transferido para Pinheiros.
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Ana tentou saber notícias do filho através da polícia de Nova Odessa, mas não conseguiu confirmar onde ele estava. Depois de juntar dinheiro com a ajuda de familiares e de membros de sua igreja, foi até Sorocaba, onde foi informada que o filho tinha sido transferido para a capital paulista.

"Eles me mandaram para Pinheiros, e eu fui. Lá, eles me disseram, quando cheguei e perguntei, que ele tinha morrido fazia dez meses", disse.

Ainda segundo ela, os servidores a encaminharam ao Cartório da Lapa, onde ela conseguiu um atestado de óbito. Segundo o documento, Silva foi sepultado no cemitério Dom Bosco, em São Paulo. Não informa o horário nem a causa da morte.

"Eles me disseram, no CDP, que ele morreu de causas naturais", contou.


A situação deixou Ana Eloisa inconformada. "Dizem que foi de causas naturais, que estava tudo certo e que não tinha o que fazer. No atestado, tem que a causa não foi identificada. Como isso é possível? Meu filho morre sob a tutela do Estado e não fazem um exame para saber por que ele morreu?", questionou.


A reportagem do UOL procurou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) para confirmar a informação e questionar os motivos para que a família não tivesse sido avisada, mas a instituição disse que não iria comentar o assunto por se tratar de tema de responsabilidade da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária).

Procurada, a SAP informou que iria levantar informações sobre o caso para se posicionar, mas não deu prazo para responder à solicitação.

O CDP de Pinheiros III também foi procurado, mas disse que não poderia comentar o caso nem informar nenhum dado sobre detentos por telefone.http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/05/05/preso-morre-em-sp-e-familia-so-e-informada-10-meses-depois.htm


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