Qual o interesse dos políticos na privatização dos presídios ? - Marcelo Augusto

PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL é tema no Senado, reacendendo a velha intenção de passar a obrigação do ESTADO, da custódia e tutela de presos, nas mãos da iniciativa privada. As experiências dantescas dos presídios privatizados do Amazonas e Pedrinhas, massacres e desorganização, não serviram como lição para os políticos. 

Quiça, o foco dos políticos seja outro.

No entanto, a parcela de políticos que defendem a privatização ignoram os fatos e subestimam a memória da população com as mortes em presídios privatizados no começo do ano,  parecem querer lucrar com caos, dizendo que é uma forma de resolver a crise, a precariedade e a existência de facções criminosas nos presídios.

A crise atinge os presídios, como todos os órgãos públicos do nosso país, inclusive o legislativo, minguá verbas públicas desviadas  em  esquemas sujos de superfaturamento de contratos com empresas privadas para execução de obras e prestação de serviços, com nababesca doações como os 51 milhões de Gedel e seus asseclas.  

Empresas públicas, sei.

Precariedade, o preso na iniciativa privada custa  dez vezes mais caro, acarretando exorbitantes repasses para empresas privadas , enquanto, o maior problema do sistema prisional estatal é a falta de investimento, o imposto destinado ao investimento nos presídios está congelada pelo governo. Portanto, o mesmo provocou o sucateamento dos presídios para depois descongelar e investir na iniciativa privada. 

Um minuto! Dnheiro para empresa pública tem, na estatal falta. 

As facções criminosas possuem dezenas centenas de empresas de fachadas, estima-se que o PCC lucre por ano 26 bilhões, passar a responsabilidade para empresas privatizadas é uma opção um quão absurda  colocando em risco a sociedade ao terceirizar a obrigação do  estado para "empresas particulares". Combater as facções não é questão de administração, dizer que no privatizado vai inibir, é o mesmo em entrelinhas que afirmar que o estado permite e não é . No Amazonas, o sistema é inteiro privatizado, as lideranças de facções tinham benefícios  inexplicáveis jamais vistos nos presídios do estado, presos ameaçam os vigilantes desvalorizados pelas empresas, quando não eram dispensados do serviço.

Se o legislativo quer realmente combater as facções criminosas, deveriam começar com a criação de leis mais rígidas para membros dessas facções e fiscalizar o executivo se há investimentos no sistema prisional, sem esquecer do reconhecimento constitucional  do agente penitenciário. O interesse obscuro de privatizar o sistema prisional é torná-lo lucrativo, nos EUA, abondaram essa ideia depois de inúmeras denuncias de exploração de mão-de-obra dos presos e o encarceramento em massa, na contra mão de qualquer política de reinserção social.  

A série 13º Emenda detalha como empresários lucram milhões no sistema prisional nos EUA, patrocinam políticos no Congresso Americano para aprovar leis e garantir a permanência da iniciativa privada administrando os presídios americanos, agora a moda chega ao Brasil.

Marcelo Augusto

Blogueiro