12/12/2018 às 07:41
Imagem: Zé Otávio/Superinteressante
Duas mulheres foram presas ao deixarem a Penitenciária de Presidente Venceslau portando cartas com ordens de execução expedidas por líderes do PCC. As ordens deveriam ser cumpridas caso se concretizasse as anunciadas transferências dos detentos para um presídio federal. Entre eles está Marcola, chefão da organização criminosa.
A propósito desta notícia, o Procurador de Justiça do MP/RS Flávio Costa Pereira, em sua página do Facebook, escreveu a interessante nota abaixo reproduzida.
Quem se abaixa demais vê as próprias cuecas!
Minha avó, a Dona Regina, em um misto de sapiência interiorana e grossura mesmo, quando eu e o meus irmãos , na infância, tínhamos receio de enfrentar as vicissitudes da vida e tentávamos fugir à luta, repetia sempre o mesmo ditado: “quem se abaixa demais vê as próprias cuecas”.
Basicamente o que a Régis (apelido carinhoso dado a minha avó) queria dizer é o seguinte, fugir aos problemas não é solução, mais cedo ou mais tarde eles irão te encontrar em um cruzamento qualquer da vida e os teus adversários vão encarar a tua fuga como medo, tornando-se cada vez mais ousados e sem respeito por ti.Infelizmente a minha avó tinha razão, tivesse eu ouvido o seu conselho, não teria abandonado tantas “lutas” sem lutar, pois quando o combate se tornou inevitável, o adversário que à época era um nada, havia se tornado um gigante.
É essa, justamente, a impressão que tenho em relação ao Brasil em matéria de Segurança Pública.
Durante muito tempo tratamos o problema como se de saúde pública o fosse: a sociedade injusta, a desigualdade social e pobreza os vírus que causam o fenômeno Crime; a pena como tratamento ineficaz; os presídios hospitais; os agentes da lei e da ordem obtusos higienistas; e o criminoso como um pobre doente a ser tratado com todo o amor e carinho.
Pois bem, essa receita de sucesso para o fracasso, seguida à risca por quase trinta anos, catapultou o país para a nada invejável posição de uma das nações mais violentas do mundo, com mortes violentas intencionais acima de 60 mil ao ano, “fazendo inveja” a países imersos em guerras fratricidas.
Os criminosos que antes tinham medo da polícia passaram a caçar e matar policiais como prêmio e forma de ascensão em suas “carreiras” delinquentes.
No RJ um policial militar, nos dias de hoje, tem mais risco de ser morto de forma violenta do que um militar norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial.Isso equivale a dizer que, para um PM carioca, desembarcar no Dia D, em qualquer uma das praias da Normandia, seria considerado como passeio turístico.
A falta de temor dos criminosos e organizações criminosas pela figura do Estado proporciona que estes, sem qualquer problema, ameacem as autoridades públicas, mesmo de morte, caso contrariados os seus interesses ilícitos.
Apenas para se ter um exemplo, na semana passada, o Marcola, um dos fundadores do PCC, ameaçou de morte membro do MPSP caso fosse transferido da Casa Prisional onde se encontra.
Entenderam do que se trata: preso que deveria estar se “ressocializando” e acatando as ordens do Estado é que está ditando como as coisas são e devem ser.
Parafraseando a Regis de novo, “os postes estão fazendo xixi nos cachorros”.
O assunto é sério e grave.
O Brasil precisa mudar rapidamente e retomar as rédeas da Segurança Pública... chega de olhar para as próprias cuecas.
E que Deus Tenha Piedade de Nós!
Marcos, traga informações sobre Pacaembu, assim que possível
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