Ao excelentíssimo Governador do Estado de São Paulo, João Doria
Espero que quando estas palavras chegarem a ti, possa o senhor estar em pleno estado de paz e misericórdia, pois tais graças devemos pedir e oferecer, à todos em sinônimo do amor que Deus nos ensinou a ter pelos próximos, através de suas palavras e atitudes. Pena que tais graças, não estejam chegando até mim e à muitos outros companheiros da minha classe profissional, até mesmo em razão de atitudes suas no exercício do poder executivo deste Estado.
Para que entendas minha observação primeiramente quero me apresentar. Meu nome é Anderson Ferreira Gimenes, tenho 33 anos, casado, pai de uma linda filha de 1 ano e sete meses, trabalho como funcionário público no Estado de São Paulo, titular de cargo efetivo, em exercício há 12 anos na função de Agente de Segurança Penitenciária, profissão esta, que também me proporcionou a se tornar Escritor, após ter escrito e publicado o livro: "Diário de um Agente de Segurança Penitenciária".
Ser um A.S.P não era um sonho meu, pois há 12 anos atrás era matriculado em faculdade e lecionava na área da Educação, mas minhas condições financeiras, me fizeram buscar outros meios de manter minha sobrevivência e mesmo diante do medo provocado por ter assistido a "mega-rebelião" de 2006, resolvi concorrer contra outros milhares de corajosos concursantes, à uma vaga nesta categoria, em busca de uma estabilidade financeira. Após aprovado, chegou até mim a difícil missão de adentrar sozinho em um pavilhão super-lotado de detentos, tendo em mãos apenas um molho de chaves e a incerteza de poder sair dali de dentro vivo. Incerteza esta que se repetia quatro vezes ao dia, dia sim outro não e que também me perseguia extra muros, pois quando chegava em casa e ligava a televisão ou acessava a internet e via outros companheiros de classe perdendo suas vidas também nas ruas, pelo simples fato de serem Agentes Penitenciários.
Por várias vezes pensei em desistir, mas o tempo foi calejando minhas feridas e todas as minhas vivências profissionais, me fazia um homem mais forte e capaz de continuar à guardar tudo aquilo que a sociedade julgou como impróprio ao convívio social. E mesmo não tendo um reconhecimento profissional, permaneci na luta em prol da sociedade paulista e na esperança de que algum dia alguém poderia nos trazer melhores condições de trabalho, capazes de nos propiciar total eficiência no exercício de nossas funções, mas esta esperança que antes me parecia distante, hoje após suas declarações Senhor Governador, me parecem impossíveis.
Seus antecessores de cargo José Serra e Geraldo Alckmin, muito nos maltrataram, fizeram acordos com facções criminosas, facilitaram a fortificação destas, super lotaram os presídios, reduziram o corpo funcional, depredaram as nossas condições de trabalho e de brinde deixaram a inflação monetária corroer o único incentivo para se recrutar novos A.S.P(s), que era a estabilidade financeira, pois nossos holerites permanecem inalterados e estagnados à anos, enquanto nossas contas e contribuições estão diariamente mais elevadas, fazendo assim com muitos de nós se afundamos em dívidas e empréstimos a perder de vista, nestas condições ainda sou A.S.P, apenas por almejar sobrevivência da minha família, mas até isso agora o senhor quer me retirar, com a extinção da minha carreira profissional pública.
Não sou hipócrita de dizer a ti, que lhe confiei meu voto, mas posso lhe garantir que não levanto bandeiras partidárias e que como fostes eleito democraticamente, aguardava atitudes suas em exercício, para posteriormente lhe avaliar politicamente, mas em menos de 20 dias, te avalio como pior que o "Santo" Alckmin, pois tu conseguiu me deixar em desespero, pois mesmo estando correndo riscos de vida dia a dia, essa é a única forma de sobrevivência que tenho e não posso perder-la.
Sendo assim convido a ti Senhor Governador, antes que tome qualquer atitude mais concreta, que venha até um presídio paulista e vista-se de Agente, tal como quando foi Prefeito de São Paulo e vestiu-se de Gari e saiu varrendo as ruas em prol daquela categoria. Venha conhecer nossa realidade e quem sabe até repensar seus projetos e passar a reconhecer da melhor forma a nossa categoria profissional que é tão útil e necessária, mas tão pouco reconhecida e valorizada. Saiba que estaremos aqui prontos e de braços abertos para recebê-lo. Caso não tenha coragem de adentrar neste ambiente, apenas tente se imaginar dentro dele através da leitura desta obra literária: https://editoramultifoco.com.br/…/diario-de-um-agente-peni…/creio que saberás muito mais sobre o assunto.
OK, NÃO VOU MAIS PRIVATIZAR, SUAS PALAVRAS ME TOCARAM.
ResponderExcluirASS. JOÃO DÓRIA #MAISGOVERNADOR
E cade a uniao da classe .....
ResponderExcluirNunca houve...
ExcluirParabéns por suas palavras, as quais devemos respeitar e refletir sobre elas. Servem também de estímulo à nossa reação contra tudo que vamos enfrentar contra esse governo. Nossa união e respeito, é o que devemos cultivar, para que possamos ter êxito nessa luta. Mais uma vez, parabéns.
ResponderExcluirNOTA PÚBLICA SOBRE A ESTREVISTA DO GOVERNADOR JOÃO DÓRIA NO PROGRAMA “OLHO NO OLHO”
ResponderExcluirNa entrevista feita com o Governador Dória no programa “olho no olho” fica claro a ignorância dele e da jornalista sobre o setor público e a prestação de serviços a população deste Estado. Aliás ignorância inclusive sobre a Constituição Brasileira e Estadual.
Senhor Governador e jornalista, quando falamos em concurso público pra exercer um cargo na administração estamos dando oportunidade ao cidadão de concorrer a esse cargo ao contrário dos apadrinhamentos, opção de muitos políticos do executivo.
A estabilidade a que o senhor Governador se refere como emprego eterno, foi colocada pelo legislador não pensando no servidor concursado, mas na proteção do Estado. É ela que evita que maus políticos obriguem seus servidores a descumprirem a legislação de forma ditatorial e quase escravista, sob pena de demissão.
Talvez o senhor desconheça que a estabilidade não eterniza o mal funcionário que pode sofrer processo administrativo e ser demitido sem direito algum, nem mesmo o fundo de garantia porque para os servidores o governo não deposita FGTS.
Aliás Governador e jornalista vocês também ignoram que o servidor público, diferentemente do trabalhador da iniciativa privada, que paga até determinado teto, paga 11% sobre seu salário bruto e continua pagando depois de aposentado.
Ficamos com uma pergunta aguardando resposta Governador: os seus funcionários na iniciativa privada eram tratados dessa forma pelo patrão Dória?
O cidadão sabe que seus direitos universais, contemplados no artigo sexto da Constituição Federal, de educação, saúde, transporte, segurança, justiça, moradia, etc., só chega até ele através das mãos dos servidores, mesmo com as trapalhados e desrespeitos dos seus governantes, preocupados em destruir os serviços públicos e seus direitos.
Essa entrevista é uma EXCRESCENCIA Governador, e deixa claro que enquanto tivermos um governo como o seu nosso país não poderá ser considerado sério.
José Gozze
Presidente da FESPESP
Federação das Entidades de Servidores Públicos do Estado de São Paulo