PRIVATIZAÇÃO DOS PRESÍDIOS PAULISTAS

* Texto do leitor do Blog, Pimenta


Vejo o Doria falando em todas as reportagens que serão privatizados todos os presídios do Estado de São Paulo, alegando alinhamento com governo federal, porém não me recordo do Bolsonaro ter esse discurso, o que o via falar era em endurecer no que tange o cumprimento das leis e das penas.

Doria como bom gestor e empresários vê números, alega que a terceirização irá trazer eficiência, que até acho que em termos de gestão, pensando assim poderia trazer melhoras talvez. Mas algumas coisas ele não fala ou explica, por exemplo, falando de funcionários, são mau remunerados, mau equipados, ninguém comenta, ou mesmo o governador não fala nessas questões, e também não trata com a classe como os Agentes ficarão ou irão nessas possíveis PPPs. Então como gestor ele está esquecendo do material humano.

Não posso deixar de falar no que se refere aos presos, que são seres humanos e o governo fala em oportunidades, mas ele não cita alguns fatos ou leva alguns em consideração. Por exemplo, presos em cumprimento de pena, mesmo em regime fechado, pode trabalhar, recebem remuneração, se não caracterizaria trabalho escravo, e assim, poderiam usar esse dinheiro para pagar as custas de seu período encarcerado, ao invés, é permitido ao preso efetue compras mensais tendo itens como bombons, balas, achocolatado, e algumas coisas a mais. Isso não é autorizado pelo funcionário e sim pelo Estado. E como sempre deixam a entender, parece permissividade do funcionário, ou por irresponsabilidade ou por serem corrupto. No período da eleição inclusive, um jornalista insinuou que na SAP há 30 mil funcionários corruptos. Outra coisa, alguém foi ver o verdadeiro interesse da grande maioria dos apenados em trabalhar, se é para aprender um ofício ou apenas remir pena para voltar para a rua?! Doria fala que os presos irão efetuar reformas em órgãos públicos como escolas por exemplo. Vale lembrar que isso já existe, e, salve engano, faz se necessário realização de um convênio entre prefeituras e secretária. Isso não é novidade, é só perguntar para moradores de presidente Venceslau ou Mirandópolis por exemplo, cidades que sei que isso já ocorre.

Toma-se por referência um presídio em Minas Gerais, porém, foram observar o perfil dos sentenciados lá custodiados? Uma coisas que envolve em gestão e tomada de decisão é o custo. Porque me refiro a isso, no estado de São Paulo um presidiário custa em média R$ 1.800,00/preso, e em presídio terceirizados isso se eleva para algo em torno de R$ 2.500.00/presos, isso dependendo da característica do presídio, e, onde a empresa gestora recebe pelo valor conforme o número de presos, e não entendam que quanto menos é mais. Há um outro contra-senso, será que isso irá trazer uma redução do número de encarceramento que começa nas ruas com a prisão do indivíduo? Pensem.


Outro ponto sobre as PPPs, é que em vários outros estados que isso já ocorre vem demonstrando sua falência e ineficácia, veja estados como Amazonas, onde até essa semana um deputado local chamou essa parceria de câncer. Lembro que com o crime organizado tentando a todo custo dominar o sistema, qual será a origens dessas empresas, quem estarão por trás delas. Questiono isso pois, é sabido que o crime organizado em São Paulo também está embrenhado no meio empresarial. Então, como confiar e fiscalizar esses pontos.


Não é só gestão de recursos que precisa ser revista, mas todos um sistema jurídico através de seus códigos, tratar o criminoso como tal, isso não quer dizer maus tratados, e sim que ele cumpram sua pena dentro de regras com o mínimo de respeito às leis e de forma digna. Então peço, esclareça esses pontos, e não se esqueça da gestão de pessoas, principalmente as que são o sangue e jamais são reconhecidos pelo serviço que o restante da sociedade nem se recorda dos trabalhadores dessa área.