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22 setembro 2020

Após denúncia de informante sobre sequestro, policiais penais, civis e militares intervêm e impedem que homem seja morto por dívida de drogas em Osasco


Traficantes haviam mantido usuário sob cárcere privado e o executariam nesta segunda-feira(21) na comunidade Parque dos Girassóis. Com criminosos distraídos, vítima conseguiu enviar localização via celular para um primo, que acionou policial penal do CDP II. Compartilhamento da informação entre forças de segurança foi fundamental para sucesso da operação em que cativeiro foi estourado. Ordem para execução teria partido de detento dentro de penitenciária, como tem sido praxe do chamado “Tribunal do Crime”

 

por Giovanni Giocondo

Com apoio das polícias civil e militar, policiais penais dos Centros de Detenção Provisória I e II de Osasco, na zona oeste de São Paulo, conseguiram estourar um cativeiro e libertar um usuário de drogas que seria morto por traficantes da comunidade Parque dos Girassóis, que também fica na cidade da região metropolitana da capital.

O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira(21), meia hora antes da execução do homem, que devia cerca de R$2 mil aos criminosos e estava jurado de morte. A ordem para o cumprimento da “sentença” teria partido de um detento que cumpre pena no sistema prisional paulista, em unidade ainda não identificada. 

Participaram da ação os agentes de segurança penitenciária(ASPs) Jota Alves e Alexandre Poleto, do CDP II, o também ASP Alex Scarpel e o oficial operacional Nunes, ambos do CDP I. Os policiais penais conseguiram localizar o cativeiro porque o usuário, apesar de revistado pelos traficantes, conseguiu esconder seu celular e enviou sua localização para um primo, que contatou um dos servidores do CDP II pedindo ajuda.

Com a equipe montada para a busca, a informação foi compartilhada com as Polícia Militar e Civil, que forneceram apoio tático e compareceram ao local com viaturas e reforço do efetivo. Junto do grupo de PMs e policiais civis, os servidores penitenciários encontraram o barraco onde a vítima era mantida em cárcere privado e prenderam dois homens que o vigiavam. O usuário foi libertado pelos policiais e depois de comparecer à delegacia para prestar depoimento, acabou liberado.

De acordo com os relatos obtidos pelo SIFUSPESP de forma exclusiva, antes de ser morto o usuário seria submetido a uma sessão de tortura, e a execução - com requintes de crueldade - seria filmada e enviada para o detento que deu a ordem a fim de comprovar sua autenticidade.

Esta tem sido uma prática comum dos chamados “Tribunais do Crime”, organizados por traficantes com o objetivo de punir usuários de drogas por dívidas e mesmo outros criminosos que tenham cometido faltas consideradas graves.

O SIFUSPESP saúda a coragem dos quatro policiais penais de Osasco envolvidos na operação de resgate, e ressalta que ações ostensivas como esta devem se tornar cada vez mais comuns em todo o país, sobretudo a partir da criação da Polícia Penal, que tornou o trabalho dos servidores que atuam nas unidades prisionais como parte do rol de atividades policiais e, portanto, com a prerrogativa de atuar em situações como a registrada ontem.

Para o presidente do sindicato, Fábio Jabá, “é dever do Estado manter a ordem e a segurança públicas, com a utilização de seus servidores para ações que visem a demonstrar que o crime não detém o monopólio da violência e não pode definir quem vive e quem morre com base em princípios estranhos ao que prevê a Justiça e a legislação em vigor”. “Por esse motivo, devemos apoiar iniciativas de bravura como esta de nossos companheiros. Se o usuário de drogas cometeu ou não um crime, e se deve pagar por isso, quem vai decidir é a Justiça, o Estado democrático de direito, e não os criminosos”, explica.


3 comentários:

  1. Nossa... vai virar filme na globo.

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  2. Salário desse policial penal que arriscou sua vida: 3.200,00.
    Salário do policial penal do Distrito Federal: 9.300,00.
    Capaz que eu vou por minha cara numa fita dessa! Se é louco!

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