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04 fevereiro 2021

PM distraída em fuga de preso foi rendida em resgate de líder do PCC em hospital, em MS


Policial fazia parte da escolta rendida em setembro de 2016, durante resgate armado de liderança do PCC no Hospital do Pênfigo

Por Silvia Frias | 03/02/2021 17:26

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No circuito interno, bandido aparece armado para resgatar preso, em 2016 (Foto/Reprodução)



A soldado da PM (Polícia Militar) Andressa Araújo Rocha, 27 anos, investigada por facilitação de fuga de preso ocorrida ontem (2), na Santa Casa de Campo Grande, esteve na escolta de presidiário que foi resgatado por bandidos fortemente armados do Hospital do Pênfigo, em 2016.


No dia 20 de setembro daquele ano, o detento do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, Mario Márcio de Oliveira Santos, hoje, com 35 anos, liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi resgatado por quatro homens que utilizaram pistolas, espingardas e fuzis para render a escolta.


Naquele dia, por volta das 7h, a escola formada por três policiais militares, entre eles, a soldado Andressa Araújo, levou dois presos da Máxima para consulta médica no Hospital do Pênfigo.


A viatura estacionou nos fundos do hospital e, inicialmente, a soldado e um colega desceram para levar Mario Marcio para a consulta. O outro detento ficou no veículo, escoltado pelo terceiro policial.


Na porta dos fundos, foram avisados que deveriam ir à recepção do hospital para a consulta médica e o grupo passou por dentro do prédio, atravessando as alas, até chegar à entrada principal.


Lá, os quatro homens armados renderam os policiais, aos gritos de “Pro chão” e “perdeu”. Deitados no chão, os dois militares foram algemados com as mãos para frente com lacres de segurança. Os bandidos roubaram as armas deles, pistolas Imbel MD7 e a ponto40 usada pela soldado.



Mario Marcio, preso da Máxima resgatado em hospital (Foto/Arquivo: Sidnei Bronka)

Na portaria, um dos bandidos, armado com fuzil AK47 ainda ameaçou o vigilante, dizendo “Solta o telefone, deita e fica quieto”. Antes, o homem foi obrigado a abrir a cancela para fuga do grupo.


O carro usado pelos bandidos, Toyota Corolla, com placas de Uberlândia (MG), foi abandonado no bairro Coophavila, contendo diversas munições e coletes. Em um dos materiais apreendidos, a perícia identificou a impressão digital do dedo anular de um dos bandidos, o assistente de serviços gerais Junior Cezar Oliveira Souza, 29 anos.


Os bandidos foram denunciados pela fuga e roubo das armas e o processo corre à revelia, já que os dois continuam foragidos.


No depoimento prestado pela policial, ela diz que estava há pouco mais de uma no na Cia de Guarda e Escolta. Segundo a soldado, a ação dos bandidos foi muita rápida e, por isso, não conseguiu reconhecer os bandidos, o mesmo que foi dito pelo outro policial rendido pelos criminosos.


Nova fuga – No episódio mais recente, o preso Donivaldo Carvalho Furtado, 49 anos, fugiu de dentro de quarto da enfermaria da Santa Casa, entre 4h30 e 5h30 de ontem (2). Ele havia sido internado no domingo (31) para tratamento de AVC (Acidente Vascular Cerebral).


Na madrugada de ontem, ele entrou no banheiro, trocou de roupa e saiu pela única porta da frente. Donivaldo cumpria pena no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) por estupro de vulnerável.


No depoimento prestado na audiência de custódia, a policial disse que estava distraída, mexendo no celular. O companheiro de escolta, o cabo da PM Jacy Geraldo Queiroz, estava no intervalo de descanso combinado, dormindo dentro do carro, no estacionamento da Santa Casa, a cerca de 80  metros de distância do 5º andar da enfermaria.


Os dois policiais não estavam acompanhados de advogado na audiência de custódia e, por enquanto, não estavam sendo representados juridicamente pela ACS (Associação de Cabos e Soldados) ou pela AME-MS (Associação dos Militares Estaduais de MS). No último caso, não são associados ao grupo. A assessoria da PMMS informou que não tem acesso a informação se eles estão com advogados constituídos neste inquérito.


A reportagem entrou em contato com o telefone da soldado que aparece no processo da fuga do Hospital do Pênfigo, em que é citada como testemunha, mas não obteve resposta. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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