Categoria tem se manifestado desde o mês passado e também pede solução para déficit de servidores, que tem comprometido atividades e a saúde das equipes.
Por g1 SP — São Paulo
18/11/2021 15h34 Atualizado há 2 horas
Policiais realizaram protesto na manhã desta quinta-feira (18) em São Paulo por aumento salarial — Foto: Arquivo Pessoal
Servidores da segurança pública de São Paulo realizaram nesta quinta-feira (18) mais um protesto por aumento salarial nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado, na Zona Sul da capital.
A categoria tem se manifestado desde o mês passado. Em outubro, dois atos foram realizados em frente ao Palácio da Polícia, no Centro da capital; um terceiro aconteceu nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, e mais um protesto foi feito em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Nesta quinta, por volta das 10 horas, um grupo de policiais militares, civis e agentes penitenciários se reuniu na Praça Vinicius de Moraes, no bairro do Morumbi.
Entre os organizadores estavam o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional (Sifuspesp), a Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS) e o Sindicato dos Delegados e Delegadas de Polícia (Sindpesp).
Eles levaram faixas com as inscrições "Os policiais do estado de SP estão morrendo" e "Melhor polícia, com pior salário?".
Além do aumento salarial, os manifestantes pedem uma solução para o déficit de servidores, que tem comprometido as atividades e a saúde das equipes.
Os manifestantes dizem que o panorama contraria uma das promessas de campanha do governador João Doria (PSDB), que se comprometeu a investir na recomposição da categoria ao assumir o cargo, em janeiro de 2019. A sigla do partido do governador tem sido usada nos protestos com as inscrições "Pior Salário Do Brasil".
Segundo os policiais, a realização dos atos foi decidida após uma reunião da categoria com o deputado estadual bolsonarista Major Mecca (PSL).
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que acompanhou o ato convocado pelo deputado e que não houve registro de ocorrências.
"Em relação às críticas, a atual gestão esclarece que investe continuamente na melhoria da carreira policial e na valorização dos profissionais, com respeito à responsabilidade fiscal. O salário foi reajustado no primeiro ano de governo, ampliadas as bonificações e os benefícios às categorias. As unidades policiais estão sendo modernizadas, sendo que 90 já tiveram suas obras concluídas e outras 129 estão com os projetos em andamento. Atualmente, as polícias de São Paulo contam com os melhores equipamentos e as mais modernas tecnologias disponíveis no combate à criminalidade, entre elas bodycams, drones, armas de incapacitação neuromuscular, fuzis, pistolas Glock e novas viaturas, incluindo 105 modelos blindados. São Paulo investiu também no combate aos crimes cibernéticos, com a criação de um departamento especializado.
O déficit apontado não tem lastro com a realidade. O Plano de recomposição de efetivos implementado pela atual gestão já permitiu a contratação de mais de 10 mil policiais e autorizou a contratação de outros 8.339 profissionais, que contam com todo apoio e suporte psicológico para o exercício da atividade policial", diz a nota.
Problemas
Os agentes penitenciários dizem que estão há sete anos sem reajuste salarial, e um levantamento feito pelo Sindicato dos Delegados mostrava que o salário deles é o menor entre todos os estados e o Distrito Federal.
Outro levantamento da categoria identificou que dois policiais civis abandonam a carreira por dia, em média, no estado, e que o número de casos de suicídio entre policiais civis em São Paulo é três vezes maior do que o de mortes em serviço.
Em 2019, uma fiscalização do Tribunal de Contas do estado apontou uma série de problemas de infraestrutura e falhas no atendimento em 275 prédios que abrigam delegacias de polícia de todo o estado de SP.
Entre os problemas apontados pelo órgão, estava o fato de que mais da metade da frota das viaturas está sem revisão, 60% das delegacias apresentaram problemas estruturais e 83% não possuem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Havia também infiltrações e vazamentos.
G1
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