28 outubro 2015

Polícia Civil indicia PM por morte de Agente Penitenciário em São Carlos, segundo G1

Crime aconteceu na noite do dia 6 de setembro, no bairro Jardim Embaré.
PM alegou que dupla de agentes era suspeita de tentar furtar materiais.



Um inquérito feito pela Polícia Civil de São Carlos (SP) indiciou o sargento da Polícia Militar, Marcos de Souza, pela morte do agente penitenciário Edson Honório Ferreira, de 46 anos, suspeito de tentar furtar uma empresa de materiais de construção junto de outro agente, em setembro. Ele foi atingido por disparos do policial e morreu na hora. Lúcio Flavio de França, de 35 anos, permanece na Santa Casa de Misericórdia em recuperação.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que está em andamento um inquérito policial militar, pela PM de São Carlos, para apurar o caso. "O policial está trabalhando internamente na 1ª Cia do 38º Batalhão da PM, em atividade administrativa. A investigação segue coletando provas para esclarecer a ocorrência e não serão passadas mais informações para não atrapalhar os trabalhos policiais", informou em nota.

Segundo o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Gilberto de Aquino, o depoimento de França foi crucial para a conclusão do inquérito. “Ele afirma que não houve disparos por parte dos agentes, que o policial militar chegou e já atirou, que eles foram recebidos a bala”, relatou Aquino sobre a versão dada pelo agente.

Durante as investigações, o sargento da PM, Marcos de Souza, confessou que efetuou o disparo responsável por matar Ferreira. Ele responderá ao processo civil e inquérito militar por homicídio e tentativa de homicídio. A prisão preventiva pode ser decretada no final do inquérito e ele pode ir a júri popular.


Diante do novo rumo dado ao caso, a DIG está investigando se ocorreu condescendência criminosa por parte dos militares que estavam presentes na hora da morte e fraude processual, caso a cena do crime tenha sido alterada.

Entenda o caso
Um agente penitenciário foi morto e outro ficou ferido em São Carlos (SP), no dia 6 de setembro. Segundo a Polícia Militar, o homicídio aconteceu durante uma troca de tiros. Para os policiais, a vítima e seu parceiro, que também é agente e está internado, eram suspeitos de tentar furtar uma empresa de materiais de construção.

Segundo a versão da polícia, Edson, que dirigia o carro, saiu do veículo atirando e foi alvejado no revide dos policiais. Ele morreu no local. O agente Lúcio Flávio de França, de 35 anos, levou seis tiros e está internado na Santa Casa. O estado de saúde dele é estável, informou o hospital.

Os agentes, que são de Ribeirão Preto, trabalhavam durante a noite, prestando serviço de monitoramento de cabos para uma empresa de telefonia. Segundo colegas, as equipes se deslocam para cidades da região onde há maior índice de furto de cabos. O G1 procurou a agência de segurança, mas ninguém atendeu as ligações. Já a empresa de materiais de construção não quis comentar o caso.
Irmão de agente penitenciário acredita m confusão
da PM em abordagem (Foto: Reprodução/ EPTV)

Segundo o irmão do agente penitenciário morto, Valmir Onório Ferreira, a PM pode ter confundido ele e o colega com os assaltantes da empresa. "Ele jamais iria disparar contra um policial militar. Eu espero que os fatos sejam esclarecidos e que a verdade venha à tona", disse Ferreira, em entrevista ao Jornal da EPTV.

Abordagem
O capitão da PM Anderson César Navarrete informou que durante a madrugada o alarme da empresa de materiais de construção disparou e o serviço de monitoramento foi acionado. Segundo ele, os vigias contaram que os dois agentes penitenciários estavam dentro da empresa. “Com a presença dos vigias, eles se evadiram sem levar nada, deixando o cofre que iria ser carregado por um veículo porque era muito pesado”, disse o capitão o Jornal da EPTV.

Navarrete contou que os vigias ligaram para o 190 e passaram o número da placa e as características do veículo, uma Saveiro branca. Com isso, equipes da polícia foram ao local e, a 500 metros da empresa, localizaram o carro em uma estrada de terra.

Investigação
Durante as investigações, o delegado afirmou que faltava o depoimento da outra vítima, que se encontrava em estado grave na Santa Casa, mas que poderia mudar o direcionamento do caso.

"Com relação à versão dos policiais militares que disseram que eles [os agentes] efetuaram os disparos, nós vamos ouvir a vítima e, se isso for contrariado, eles podem ser indiciados pelo crime de homicídio", afirmou Aquino..


Fonte G1

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