Líderes de facção são transferidos da P1
A penitenciária localizada no bairro Mineirão está em obras e passa a ter novo perfil de presidiários
Desde o início de outubro, 50 líderes da facção criminosa Terceiro Comando da Capital (TCC) foram transferidos da penitenciária Danilo Pinheiro, de Sorocaba para outras unidades prisionais do Estado que não foram divulgadas. A informação é da regional do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp). A transferência, além de separar os líderes da facção, teve o objetivo de esvaziar o presídio que agora deve abrigar sentenciados por crimes que não aceitos por membros das facções criminosas que atuam no sistema prisional paulista. Em outubro o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 175 pessoas por envolvimento com o crime organizado e pediu a transferência de 35 presos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). As transferências aconteceram depois do governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar uma série de medidas para combater o crime organizado em São Paulo.
O TCC atua em presídios paulistas e é um grupo rival do Primeiro Comando da Capital (PCC), fundada por ex-membros desta última facção. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não confirma nem nega as informações das transferências. Em nota, informou não dar detalhes sobre procedimentos administrativos, por medida de segurança. De acordo com o Sifuspesp, para a transferência da população carcerária da P1 a SAP alegou a necessidade de realização de obras estruturais na unidade prisional. A secretaria confirmou que reparos estão sendo feitos no presídio Danilo Pinheiro, também conhecido como Mineirão. Segundo a SAP, as obras começaram em outubro - quando todos os presidiários foram retirados do local - e seguem até o final deste mês. O orçamento total é de R$ 40 mil.
De acordo com o Sifuspesp, no último ano a P1 teve nove presos assassinados em disputas com o Primeiro Comando da Capital (PCC) que tentava reaver a liderança da unidade que estava nas mãos do TCC, formada por dissidentes do PCC. A SAP confirma a ocorrência de cinco assassinatos na unidade prisional. Duas dessas mortes aconteceram em junho. O presidiário Osvaldo Lopes de Oliveira, 30 anos, morreu asfixiado três dias depois de matar Alex Fabiano Antônio Pereira, 32. A morte de Alex teve grande repercussão pela brutalidade do crime, que quase extirpou o coração do preso.
Mudança de perfil
Ainda segundo o Sifuspesp, a ideia da administração é fazer da P1 uma unidade para abrigar os detentos que não fazem parte de facções criminosas ou que tenham cometido crimes que não são aceitos entre os integrantes de grupos que atuam dentro dos presídios paulistas. "A gente calcula que cerca de 90% das unidades são comandadas por facções criminosas. Quem tem que cumprir pena por estupro, violência contra mulher, contra criança, por exemplo, não pode ir para essas unidades pois acabam sendo mortos", afirmou o diretor regional do sindicato. Geraldo Arruda disse que as transferências não foram divulgadas antes para evitar uma possível rebelião ou ação por parte das facções.
Com capacidade para 210 presos, em agosto a P1 contava com 396 detentos, a população carcerária estava 88% acima da lotação máxima. Por meio de nota, a SAP destacou que os detentos que foram transferidos da unidade não retornarão para a P1. Apontou ainda que a penitenciária Danilo Pinheiro está com 205 detentos. Os presos da nova população carcerária do local começaram a chegar este mês. Também há lotação no sistema semiaberto: são 355 sentenciados, 153% além da capacidade da unidade, que é de 140 presos. FONTE: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/515695/lideres-de-faccao-sao-transferidos-da-p1
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