22 outubro 2014

Agentes penitenciários protestam em frente ao Palácio Iguaçu

Sindicato da categoria diz que governo abandonou o sistema penitenciário.
Apenas neste ano, estado teve 22 rebeliões em unidades prisionais.






Agente penitenciários protestam em frente a sede do Governo do Paraná (Foto: Everson Moreira/ RPC TV)

Agentes penitenciários do Paraná realizam nesta quarta-feira (22) um ato público em frente ao Palácio do Iguaçu, sede do governo estadual, em protesto à gestão do sistema penitenciário. A mobilização é organizada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) que afirma que não há segurança dentro das unidades. A Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU) não vai se pronunciar sobre a ação nesta manhã.

O ano tem sido marcado por diversas rebeliões no estado. Presos já se rebelaram 22 vezes em várias cadeias e penitenciárias do estado. O período mais violento foi entre agosto e setembro. Em menos de um mês, cinco motins foram registrados. Em todas as ocasiões, houve agente penitenciário como refém.

Diante deste volume de rebeliões, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou medidas na tentativa de prevenir e conter motins e rebeliões. Entre elas, revisão e adoção de novos padrões nos procedimentos internos de segurança, ampliação da automatização das unidades prisionais, criação de uma força-tarefa para gestão de crise, encaminhamento para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) de um projeto de lei que estabelecer a responsabilidade das empresas de telefonia no bloqueio ao sinal de celulares no interior dos presídios e ainda encaminhamento de processos investigativos e administrativos sobre todas as rebeliões ao Ministério Público. Nesta quarta-feira (22), às 15h, haverá uma nova reunião entre o governador Richa e a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e da Segurança Pública, Maria Tereza Uille Gomes.

Na avaliação da vice-presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski, a manifestação é um grito de desepero do agentes. "A primeira medida que o governo tomou para tentar prevenir as rebeliões é responsabilizar os agentes penitenciários. Porém, as rebeliões não acontecem por culpa dos agentes, mas porque o governo não investiu no sistema penitenciário. Os presos não têm nem os itens básicos de higiene. Além disso, se nós quisermos ter um pouco de segurança, nós que temos que comprar algemas e coletes. Não há efetivo suficiente. São muitos problemas", explicou.

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