22 julho 2015

Situação dos presídios de SP é grave por superlotação e greve dos agentes



De janeiro a abril, 9 mil detentos entraram, por mês, para os presídios.
Situação coloca em risco a estrutura e a segurança desses locais.





O sistema carcerário de São Paulo está superlotado. Números da Secretaria de Administração Penitenciária mostram que de janeiro a abril, mais de 9 mil detentos entraram, por mês, para os presídios do estado, a maior média dos últimos cinco anos.


A situação coloca em risco a estrutura e a segurança desses locais, um dos motivos para a greve dos agentes penitenciários.

Com os agentes penitenciários parados, novos presos não entram. Uma viatura que chegou emCampinas vinda de Piracicaba para levar um suspeito teve que dar meia volta. Transferências também não acontecem, só serviços considerados essenciais estão mantidos, como alvará de soltura e emergências médicas.

Os agentes penitenciários querem o fim de processos administrativos contra quem participou da greve do ano passado, bônus equivalente a 14º salário por ano, além de mais segurança.

Nas últimas duas semanas, houve dois atentados contra agentes do Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia. Duas pessoas foram baleadas, uma delas ficou ferida em estado grave. Já Rodrigo Barella, de 33 anos, foi atingido por vários tiros e morreu.

Segundo o diretor regional do Sindicato, Carlos Rufino, há risco também por causa da superlotação e pelo fato de não ter funcionários suficientes.

Dados da Secretaria de Administração Penitenciária evidenciam o problema e mostram que a superlotação só piora. Nos primeiros quatro meses do ano, entraram para o sistema carcerário do estado 9444 novos presos por mês, a maior média nos últimos cinco anos. Ainda segundo a própria secretaria, seria preciso construir um presídio por mês para abrigar todo mundo.

Ainda assim, o sistema penitenciário de São Paulo é o maior do país. Só no Complexo Campinas-Hortolândia, há hoje 9586 presos, quase o dobro da capacidade, que é de 5003 presos.

As celas estão mesmo lotadas. Uma mulher, que prefere não ser identificada, é casada com um preso. Ela faz visitas semanais ao marido e conta que em quase todas as celas há 12 camas para mais de 30 presos.

Sobre a superlotação, a Secretaria de Administração Penitenciária informa que os números confirmam que de fato o estado enfrenta essa situação.

A secretaria não respondeu sobre a greve dos agentes penitenciários. O sindicato afirmou que o governo ainda não apresentou nenhuma proposta e que a paralisação permanece.

Sobre os ataques aos agentes, a Secretaria de Segurança Pública diz que as investigações estão em andamento.


Do G1

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