Polícia Civil e Ministério Público desarticularam célula jurídica da fação, que era formada por presos e advogados.
Por G1 Presidente Prudente
08/01/2019 12h00 Atualizado há uma hora
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde estão presos integrantes da cúpula do PCC — Foto: Reprodução/TV Fronteira
A Justiça de Presidente Venceslau condenou mais dois réus denunciados após a deflagração da Operação Ethos, que investigou o envolvimento de advogados e membros de órgãos de direitos humanos com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Eles foram condenados a 30 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de integrar facção criminosa e corrupção ativa.
A Operação Ethos, que teve a primeira fase iniciada em novembro de 2016, desarticulou uma célula jurídica da fação, que era formada por presos e advogados.
“Os réus conseguiam transmitir recados e dar ordens de dentro dos presídios que estavam reclusos para fomentar o tráfico de drogas (principal fonte de renda) e os diversos outros crimes praticados pela facção. Aliás, por meio da célula jurídica conseguiam fazer o suborno de funcionários públicos”, citou o juiz Gabriel Medeiros, da 1ª Vara da Comarca de Presidente Venceslau, que condenou Antônio José Muller Junior, o Granada, e Eric Oliveira Farias, o Eric Gordão.
Eles já cumprem pena por outros crimes.
“As circunstâncias judiciais foram desfavoráveis aos réus que integraram organização criminosa notoriamente perigosa, que faz uso intenso de armas, causando pânico em todo o país, fazendo do narcotráfico sua fonte de renda, além de roubos com emprego de armamento pesado. Estenderam tentáculos para o seio do Poder Público, agredindo valores substanciosos e caríssimos a toda a sociedade brasileira, adentrando em organismos e entidades vocacionadas para a proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana. Não se trata de juízo abstrato, mas sim algo que permeia os noticiários da mídia nacional há anos, além do que amparado pelas provas colacionadas”, citou o juiz na sentença.
Em fevereiro de 2018, a Justiça já havia condenado Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, a 30 anos de prisão. Ele é apontado pelas autoridades em segurança pública como o principal chefe do PCC.
A condenação analisou provas obtidas também pela Operação Ethos.
Na mesma sentença foram condenados outros sete réus.
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