Com início do período de chuvas, veículo de transporte de detentos ficou preso na estrada vicinal que liga rodovia Raposo Tavares à unidade nesta sexta-feira (30), e precisou do reboque de um trator para percorrer trecho. Cena patética se tornou comum nos últimos anos, para desespero de servidores que atuam no local
por Giovanni Giocondo
Não foi a primeira e infelizmente não deve ser a última vez que uma viatura da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) atola na estrada vicinal Ayrton Senna, conhecida como Sinindú, que liga a rodovia Raposo Tavares à Penitenciária de Mairinque, no bairro Cristal, zona rural do município do interior paulista, que fica a 44 km de Sorocaba.
Nesta sexta-feira (30), um novo episódio dessa lamentável realidade que aflige os servidores lotados na unidade voltou a ser registrado. Enquanto o motorista tenta em vão progredir com o veículo que faz o transporte de presos, as rodas patinam no barro escorregadio que domina os cerca de 1,7 km de distância entre o asfalto e a penitenciária.
Para sair da lama, foi preciso que uma máquina da Prefeitura de Mairinque fizesse o reboque da viatura até chegar à unidade prisional, da mesma forma como havia ocorrido em agosto deste ano e no mesmo mês de 2018, em denúncias que têm sido amplamente divulgadas pelo SIFUSPESP.
Com o período de chuvas se iniciando em São Paulo - a expectativa é a pior possível - mais atolamentos, não apenas dos veículos oficiais, mas também dos carros e motos particulares dos servidores que têm tido que conviver com esta cena absolutamente patética desde que a penitenciária foi inaugurada, em março de 2015.
Além de criar risco de acidentes graves envolvendo os automóveis, o perdurar dessa falta de estrutura básica na estrada vicinal colabora também para possíveis danos à segurança dos policiais penais que fazem a escolta dos presos no trajeto. Uma vez parada, a viatura pode ser alvo de criminosos em eventual tentativa de fuga.
Não há solução no horizonte
Há pouco mais de dois anos, quando noticiou com exclusividade o caos que atingia a rodovia, o SIFUSPESP buscou junto ao Departamento de Estradas de Rodagem(DER) e à Prefeitura de Mairinque informações que pudessem esclarecer quando e em que condições a estrada vicinal seria asfaltada para por fim a esse martírio. Leia mais aqui
Na ocasião, o DER informou que o município possuía pendências legais que impediam a celebração de um convênio visando a pavimentação asfáltica deste trecho, apesar de o Executivo ter encaminhado em abril daquele ano um projeto com o objetivo de efetuar a obra, negado em razão da falta de “certidões de regularidade”.
O SIFUSPESP também havia tentado contato com o Tribunal de Contas do Estado(TCE-SP) para verificar quais seriam essas pendências, mas tampouco obteve respostas. Agora, além de voltar a cobrar informações desses órgãos, o sindicato também acionará a Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) para que a pasta se movimente exija e trabalhe para que a rodovia seja asfaltada e garanta a segurança de seus servidores.
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