24 outubro 2013

Ministério Público do Mato Grosso faz operação contra integrantes do PCC


O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT) faz nesta quinta-feira uma operação contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuam em municípios mato-grossenses e em outros Estados. A ação, batizada de Ad Sumus, cumpre 50 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em seis cidades de Mato Grosso - Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade, Poconé e Sapezal -, e também nos Estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul e São Paulo. 

As investigações ocorreram entre março de 2012 a junho de 2013. Em março deste ano, uma operação do Gaeco resultou na prisão de um dos líderes do PCC em Mato Grosso, João Batista Vieira dos Santos. Na ocasião, ele foi preso com mais de uma tonelada de maconha. 
Dos 50 acusados de envolvimento com o PCC no Estado denunciados pelo MP, 19 já estão presos. O grupo foi denunciado por associação ao tráfico de drogas e formação de quadrilha. Um dos integrantes também responderá por homicídio ocorrido no município de Poxoréo. 
A denúncia do Gaeco relata também outros fatos criminosos envolvendo a facção criminosa. Entre eles, estão a apreensão de um veículo Mercedes Benz em Várzea Grande; a tentativa de homicídio contra três jovens no bairro Doutor Fábio, em Cuiabá; a apreensão de veículo que viria com droga para Mato Grosso na divisa com o Paraguai; e ações contra estabelecimentos bancários e comerciais na região sul do Estado. 
Em Mato Grosso, 150 agentes do Gaeco e da Polícia Militar estão envolvidos na operação. "A maioria dos delitos ocorreu em Cuiabá e Várzea Grande, contudo, vários crimes vergastaram municípios do interior, com destaque para Rondonópolis. Parte das atividades delituosas desembocaram suas nefastas consequências em outros estados da Federação, sobretudo Rondônia e Mato Grosso do Sul", diz um trecho da denúncia. 
Conforme o Gaeco, a atuação do PCC em Mato Grosso começou em 1999, quando o atual líder Marcola permaneceu detido por cerca de seis meses na Penitenciária Central do Estado após promover um roubo de aproximadamente R$ 6 milhões de uma agência do Banco do Brasil, em Cuiabá. No mesmo ano, no dia 5 de junho, Marcola e outros dois presos fugiram pela porta da frente do presídio. Desde então, o grupo vem tentando se organizar e fortalecer a facção no Estado.
Contribuição mensal
Entre os recursos usados pelos criminosos estão teleconferências, onde os integrantes se interagirem em tempo real. "O PCC possui estatuto próprio e regras rígidas. Cada "irmão" deve contribuir com o pagamento de uma taxa mensal, esteja ele preso ou em liberdade. O dinheiro arrecadado é usado para compra de armamento e drogas, além de financiar a fuga ou resgate de integrantes da facção criminosa", alega o MP. 
O Gaeco estima que atualmente existam mais de 100 integrantes atuando no Estado. Alguns deles, mesmos presos, continuam praticando delitos. Para se tornar integrante, o candidato deve ser apresentado por um membro e ser "batizado", tendo como padrinhos três "irmãos". Em seguida, precisa cumprir diversas exigências da organização.

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