13 março 2014

90% dos agentes em greve, NOTICIAS VEJA ABRIL


Em SP, 90% dos agentes penitenciários estão em greve

Estado enfrenta 4º dia consecutivo de paralisação; familiares poderão visitar detentos neste fim de semana
Andressa Lelli


Penitenciária Presidente Venceslau, um dos 158 presídios do Estado de São Paulo (Alex Silva/AE)

Os agentes penitenciários do Estado de São Paulo entraram nesta quinta-feira no quarto dia de greve com adesão de 90% da categoria. Ao todo, 27.000 dos 30.000 servidores estão parados. Somente dezesseis dos 158 centros de detenção do Estado não aderiram à greve, segundo o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp).

O presidente do sindicato, Daniel Grandolfo, assegurou que as visitas dos familiares aos presos ocorrerão normalmente neste fim de semana, incluindo as visitas íntimas. A possibilidade dos encontros não acontecerem provocou insatisfação entre os presidiários e o risco de motins era considerado alto pelos agentes grevistas. Para conter os ânimos, a entrega de alimentos aos detentos foi garantida no fim de semana. No entanto, caso as reivindicações não sejam atendidas e a greve continue na próxima semana, as visitas e a entrega de alimentos pela família serão suspensas.

Barrados – A transferência de presos, que ocorre uma vez por mês, foi prejudicada na terça-feira. Catorze comboios que transportavam detentos foram barrados pelos agentes no portão da Penitenciária de Martinópolis, a 539 quilômetros da capital paulista. Houve ainda risco de confronto com a Polícia Militar, em razão das tentativas de furar o bloqueio. Logo em seguida, os veículos se deslocaram para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, onde enfrentaram o mesmo problema. Agentes montaram um piquete com tubos de concreto para impedir a entrada dos comboios, que só foi liberada após negociação com o diretor.

Grandolfo reclamou que o governo estadual está inflexível quanto à proposta apresentada. “O governo disse que não vai mais negociar com o Sindasp”, afirmou o líder do sindicato. Entre as reivindicações da categoria, as principais são reajuste salarial de 20% e mudanças nas etapas de promoções. O governo propôs apenas uma melhoria, que não foi acatada pelos agentes.

Apesar das proporções que a greve ganhou, o sindicato assegura que serviços básicos como banho de sol, alimentação e cuidados médicos continuam sendo realizados normalmente. LINK: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/crise-na-cadeia-90-dos-agentes-penitenciarios-estao-em-greve

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