Desde março, SIFUSPESP tem exigido exames de todo o corpo funcional do Estado como uma das estratégias para mapear avanço da COVID-19, mas diagnósticos autorizados pela SAP só começaram a ser feitos pela na última segunda-feira (15)
por Giovanni Giocondo
Apontada pelo SIFUSPESP desde o início da pandemia do coronavírus, em março, como uma das principais armas para identificar o avanço da doença pelo sistema prisional, a testagem rápida de servidores apontou a contaminação, pela COVID-19, de 16 policiais penais, além de 22 detentos, somente na Penitenciária II de Sorocaba, no interior do Estado. A informação foi divulgada oficialmente nesta quarta-feira (17).
O diagnóstico positivo para o vírus em um grande número de servidores de apenas uma unidade apareceu apenas dois dias após o início do processo de testagem rápida do corpo funcional da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Autorizada pelo governo do Estado desde a última segunda-feira (15), a medida só foi adotada após intensa pressão dos trabalhadores e do sindicato.
Agora, esses trabalhadores vão ser submetidos ao teste SWAB em unidades municipais de saúde de Sorocaba, para atestar a presença do coronavírus no organismo de forma definitiva. No caso dos detentos da penitenciária que fizeram este outro exame, foram confirmados 22 infectados pela COVID-19.
Como base para defender a realização dos exames, o SIFUSPESP utiliza os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS), que têm sido ignorados pela SAP desde o início da pandemia. Entre esses procedimentos, se destacam a testagem em massa de servidores e detentos em respeito à característica única do sistema penitenciário como vetor de proliferação de doenças infectocontagiosas.
Nesse sentido, o SIFUSPESP acredita que este quadro de contágios em Sorocaba não é uma coincidência, mas reflexo de um cenário grave de proliferação do coronavírus por todas as unidades. “A partir do momento em que a SAP resolveu atender nossas reivindicações e efetuar os exames, começaram a aparecer inúmeros casos que antes estavam escondidos. E a tendência é que surjam mais”, aponta o presidente do sindicato, Fábio Jabá.
Na última segunda-feira, em live transmitida pelo SIFUSPESP, o médico Drauzio Varella explicou ao presidente do sindicato sobre a eficácia que os testes possuem para a detecção do coronavírus e como poderiam colaborar para impedir que a doença se espalhasse pelo Estado. Enquanto defende os exames rápidos, Drauzio também deixa claro que o encaminhamento para o exame SWAB permite maior eficiência no diagnóstico.
Para Jabá, houve falha da secretaria em se omitir sobre os alertas feitos pelo SIFUSPESP a respeito da situação da pandemia no sistema prisional.
“Durante os últimos três meses, temos tentado dialogar sobre a necessidade dos testes para todos, tanto servidores quanto detentos, a fim de mapear o quadro da COVID-19 e definir ações de combate ao avanço do vírus, como o afastamento de servidores assintomáticos e o isolamento dos presos nessa mesma condição, para que não espalhem a doença. Porém, a SAP agiu durante esse período ignorando essa situação, nos acusando de promover mentiras quando apresentávamos os dados de exames particulares, e agora aí estão os números para comprovar que nossa demanda era legítima”, afirma.
No entendimento do SIFUSPESP, a tendência é que, com a chegada da testagem rápida de forma universal ao sistema, o número de detecções do coronavírus dispare. “Outras unidades certamente vão apresentar grande número de servidores doentes porque simplesmente foram submetidos ao exame. O que é preciso saber agora é: o que a SAP fará caso uma parte considerável do quadro de recursos humanos da pasta apresente diagnóstico positivo? Vai afastar todos que têm esse direito?”. questiona Fábio Jabá.
O sindicato defende a nomeação imediata de servidores aprovados em concursos públicos das áreas técnicas, de saúde, oficiais administrativos, operacionais e policiais penais da segurança e vigilância para contornar o aprofundamento do déficit funcional que se avizinha a partir do avanço do coronavírus sobre os servidores. “Somente com mais funcionários podemos combater a doença de forma efetiva e manter o sistema funcionando”, reitera.
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