O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a venda de ativos do Estado para abrir espaço no Orçamento e custear o impacto fiscal do projeto de lei para reajustar os salários de policiais civis e militares. A proposta foi enviada pelo governo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
“Esse aumento representa, para nós, um esforço grande. De onde a gente vai tirar dinheiro para isso? Enxugando a máquina. A gente vai vender ativos, vai desmobilizar patrimônio imobiliário. Para que o Estado de São Paulo precisa ter 56 imóveis no centro de São Paulo? Para que o Estado de São Paulo precisa ser dono de 35 mil hectares de terra? Esse patrimônio, nós vamos desfazer, começar a desmobilizar”, disse o governador em seminário do Grupo Esfera Brasil, nesta segunda-feira, 15.
Como mostrou o Estadão, o reajuste dos policiais deve ter impacto fiscal de R$ 12,5 bilhões, diluídos em três anos. Serão R$ 2,5 bilhões neste ano, R$ 5 bilhões em 2024 e mais R$ 5 bilhões em 2025 – em 2026, o governo prevê rever a política salarial para a categoria.
O reajuste é alvo de críticas no funcionalismo público, que questiona o fato de o governador ter privilegiado policiais em detrimento de outras categorias, e desagradou os próprios profissionais de segurança pública.Os policiais civis reclamam que militares receberão aumentos maiores. Entre os militares, há críticas em razão de o projeto prever índices variados de reajuste entre os diferentes níveis da corporação. Já policiais penais questionam ter ficado de fora do projeto.
Tarcísio de Freitas apresentou quatro projetos à Alesp até agora Foto: Gustavo Queiroz/Estadão
Tarcísio negou que haja tratamento diferenciado entre as polícias. “Quem disse que tem tratamento diferenciado não conhece o projeto de agora nem o futuro”, afirmou o governador.
Reforma administrativa
O governador também afirmou que o projeto de reforma administrativa que o Executivo vai apresentar à Alesp deverá reduzir de 120 para 18 a quantidade de cargos no governo.
“No governo do Estado, temos 120 tipos de cargos diferentes, vamos equalizar isso. Vai para 18 tipos de cargos diferentes. Temos estruturas que não precisamos mais existir, e elas precisam ser eliminadas. Temos hoje programas que já não são mais efetivos, e eles vão sair de cena”, disse Tarcísio durante o seminário.
Segundo o governador, a proposta está em discussão prévia com os parlamentares. Tarcísio criou um grupo de trabalho, em fevereiro deste ano, para “elaborar estudos e apresentar propostas de modernização e aperfeiçoamento da política de gestão de pessoas da administração pública estadual”.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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