24 outubro 2013

Acusado da morte de Paolicchi em Maringá será agente penitenciário


Vagner Pio, 27 anos, passou em concurso do Estado e já faz treinamento
Aprovação foi questionada por sindicato, mas não há impedimentos legais

Acusado de ser mandante do assassinato do ex-secretário de Fazenda de Maringá, Luiz Antonio Paolicchi, Vagner Eising Ferreira Pio, 27 anos, está prestes a se tornar agente penitenciário. Aprovado em concurso público este mês, ele começou a receber treinamento e em breve estará apto a vigiar presos em Francisco Beltrão, local que ele escolheu no momento da inscrição, com salário inicial de R$ 3,8 mil.
A aprovação de Pio chamou a atenção do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), que levou o caso à Secretaria de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. A resposta foi que não há o que ser feito.

"Entramos em contato com o Setor de Inteligência da Secretaria de Justiça, e o coronel Amaro (Carvalho, assessor de inteligência) disse estava ciente do fato, mas de mãos amarradas. Se barrassem o Vagner ele ganharia na Justiça, porque não está condenado", diz o diretor do Sindarspen, Vilson Brasil.

Do total de 361 vagas, Pio ficou na posição 123. Ele também foi aprovado no exame físico e psicológico, mas teve a aprovação inicialmente barrada pelo Departamento de Recursos Humanos de Administração e Previdência, na etapa de investigação social. Ele recorreu e teve a inscrição aceita.

"Não tem o que se discutir, ele é inocente. O rapaz ainda está sendo processado. Não podemos tratá-lo como condenado antes do fim do processo", diz o advogado de Pio, Thomaz Jefferson Carvalho.

Histórico
Mandante confesso do assassinato de Paolicchi, Vagner deixou a Casa de Custódia em 29 de setembro do ano passado, após 11 meses de prisão. O habeas corpus foi concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. A decisão beneficiou também Valdir Pio e Éder Ribeiro da Costa, pai e cunhado de Pio, que também estavam na Casa de Custódia.

O pai do ex-companheiro de Paolicchi é acusado de dar cobertura, destruir e esconder a arma usada no assassinato. O cunhado é apontado como autor dos disparos.

O ministro justificou o parecer favorável alegando excesso de prazo de prisão. Consulta feita ao Tribunal do Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) mostra que o processo encontra-se na fase de inquirição de testemunhas.

Marco Aurélio entendeu ainda que os três atenderam aos requisitos para responder o processo em liberdade, já que possuem bons antecedentes, residência fixa e têm colaborado com a Justiça. A defesa de Pio ainda busca no TJ que ele não vá a júri popular.

Em entrevista concedida à reportagem de O Diário logo após a prisão, o ex-bancário disse que apanhava de Paolicchi, com quem era casado há cerca de 10 meses, e que planejou a morte do companheiro porque temia ser assassinado. Paolicchi foi encontrado no porta-malas de um carro no dia 27 de outubro, com quatro disparos. Os suspeitos foram presos um mês depois, graças ao rastreamento do celular da vítima. Nenhum dos réus foi condenado até agora.

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