Ex-secretário de Relações do Trabalho assinou nota que gerou polêmica por contrariar entendimento firmado pela reforma trabalhista sobre cobrança do imposto
O ex-secretário afirmou que o fim da cobrança do imposto sindical colocava em risco o funcionamento de várias entidades, principalmente os de menor tamanho (Pedro França/Ag. Senado)
O secretário de Relações do Trabalho, Carlos Cavalcante Lacerda, pediu exoneração do cargo ao Ministério do Trabalho. A exoneração acontece após Lacerda assinar nota técnica em que dava aval para a cobrança da contribuição sindical mediante aprovação coletiva em assembleia de trabalhadores.
A nota técnica de Lacerda gerou polêmica, pois contraria o entendimento firmado pela reforma trabalhista, em vigor desde novembro, que tornou a cobrança facultativa. Até então, o desconto do imposto, equivalente a um dia de trabalho, era obrigatório, independentemente de o trabalhador ser filiado ou não ao sindicato de sua categoria. A partir da reforma, a cobrança só poderia ser feita por meio de autorização individual do trabalhador.
O Ministério do Trabalho informou que a nota técnica emitida pela Secretaria de Relações do Trabalho é um “posicionamento isolado”. “Não possui validade jurídica porque não foi aprovada pela consultoria jurídica do ministério, que se posicionou de forma contrária à nota técnica.”
A pasta diz ainda que sua posição “se coaduna com a da consultoria jurídica onde defende que o participante da categoria profissional deve se manifestar individualmente sobre o desconto da contribuição sindical”. “Não cabendo à categoria, por meio de assembleia, decidir pelo trabalhador.”
VEJA teve acesso à carta em que Lacerda pede exoneração do cargo. No documento, ele alega questões de ordem pessoal para se afastar do cargo a partir de 5 de abril. “Afasto-me com a missão de prosseguir com a luta incessante por melhores condições nas relações de trabalho do país.”
Procurado hoje, Lacerda não atendeu às ligações para comentar a exoneração. Sindicalistas próximos do ex-secretário disseram que ele deixou o cargo para disputar uma vaga de deputado federal do Amazonas pelo Solidariedade. A nota técnica, entretanto, causou desconforto dentro do ministério.
Ontem, ele disse a VEJA que a cobrança levava em conta os benefícios obtidos por todos os trabalhadores da categoria, independentemente de ser ou não filiado à entidade sindical que o representa. “Quando o sindicato consegue um aumento de salário, todos são beneficiados. Mas por que quando é na hora de pagar a contribuição o entendimento muda? Não faz sentido.”
O ex-secretário afirmou ainda que o fim da cobrança do imposto sindical colocava em risco o funcionamento de várias entidades, principalmente os de menor tamanho. “Os sindicatos maiores, de cidades como São Paulo, Rio e Minas, têm outras formas de custeio. Mas e os do Amazonas, do Amapá e outras regiões? Fica difícil para esses se sustentarem.
* VEJA
** Por Fabiana Futema
BOM, TODO MUNDO QUE LÊ UM POUQUINHO SÓ QUE SEJA, UM POUQUINHO SÓ, SABE PARA QUE SERVE REALMENTE UM SINDICATO.
ResponderExcluirA OPERAÇÃO LAVA JATO MAIS DO QUE PROVOU ISSO.
QUEM PRECISA DE SINDICATO SÃO OS ESQUERDOPATAS PARA MAMAR NO UBRE.