Após um longo período engavetada, “Carcereiros” exibe um novo ângulo do torpe ambiente prisional brasileiro
O sistema penitenciário brasileiro é complexo, denso e nebuloso. Em meio a escândalos de corrupção e grandes rebeliões dentro das cadeias, a Globo busca jogar uma luz dramática e humana nos agentes carcerários através da série “Carcereiros”, que estreia quinta, dia 26. Engavetado há quase um ano, o projeto chega à tevê aberta com 15 episódios, sendo três inéditos além dos 12 já disponíveis para assinantes da plataforma Globoplay. “Esta série é de ação com drama, porque os personagens realmente têm muitos conflitos, inclusive familiares, mas eles não têm muito tempo para pensar, as situações são muito limite e é preciso dar uma resposta imediata – quase sempre pela ação física. Enfim, é um universo tenso e a série tentou ser fiel a isso”, explica o diretor José Eduardo Belmonte.
Diferentemente de outras obras ambientadas em presídios, “Carcereiros” tem como fio condutor não os presos ou policiais, mas os dramas e dilemas do carcereiro Adriano, personagem interpretado por Rodrigo Lombardi. A história escrita por Fernando Bonassi, Marçal Aquino e Denisson Ramalho aborda a vida daqueles que estão, dia após dia, vivendo entre os presos e os policiais, tendo de administrar os dois lados e promover uma convivência mínima entre eles.
Livremente inspirado no livro homônimo de Drauzio Varella, a produção busca ampliar o olhar do telespectador sobre a figura do agente penitenciário. “Queremos propor a ele identificar-se com um profissional em uma situação diária de alto risco, mas que precisa voltar todos os dias para casa, para a família. O estresse e a barbárie transbordam para o lar? Que tipo de pai, de filho, de marido um agente penitenciário consegue ser?”, questiona Ramalho.
Na série, o protagonista Adriano é formado em História e tornou-se carcereiro seguindo os passos do pai Tibério, de Othon Bastos. Ao longo dos anos de profissão, teve inúmeras chances para cometer infrações e se corromper, porém sempre teve uma conduta inabalável. “As pessoas precisam aprender a sobreviver dentro do presídio. É um campo de batalha. É um confinamento de pessoas de origens diversas que se encontram e convivem dentro de um microcosmo. A gente não está aqui para glamourizar, mas, sim, mostrar como é a realidade. O Adriano é parte desse sistema e é só um cara que poderia ser seu vizinho”, defende Lombardi, que conversou com profissionais do meio prisional e assistiu a documentários sobre a temática para se preparar para o papel.
“Tivemos longas conversas, muita leitura e quando a gente entendeu a situação proposta naquele episódio, naquela cena, a gente começou a levantar exercícios com dinâmicas, para experimentar sensações. Ouvir as histórias dessas pessoas é o combustível para a gente estar aqui, neste presídio, todos os dias”, completa.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
A primeira leva de episódios contará com as participações especiais de Matheus Nachtergaele, Chico Diaz, Gabriel Leone, Letícia Sabatella, Caio Blat e Carol Castro. “Essa foi uma ideia que partiu do texto da série, que exigia muitas participações, e o conceito era ter nomes já estabelecidos com atores que têm trabalhos interessantes no teatro, além de uma diversidade de rostos e de tipos”, valoriza Belmonte.
Fonte: O Liberal
TO ASSISTINDO
ResponderExcluirQual é o problema do termo "carcereiro"?
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