30 abril 2018

STF pronto para julgar indenização por falta de revisão anual em vencimento




Quatro anos e meio depois de pedido de vista, Dias Toffoli devolveu processo para análise do plenário





Redação JOTA30/04/2018 – 06:00



Quatro anos e meio após interromper julgamento sobre o direito de servidores públicos a indenização por não terem sido beneficiados por revisões gerais anuais em seus vencimentos, o ministro Dias Toffoli liberou o caso para ser retomado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Agora, caberá à presidente da Corte, Cármen Lúcia, incluir o processo na pauta de julgamentos.

A questão envolve especificamente o caso de servidores públicos do Estado de São Paulo, mas o Supremo reconheceu repercussão geral e no julgamento será firmada uma tese para ser aplicada pelas demais instâncias da Justiça.

O caso tem dividido o STF até agora. Votaram pelo direito à indenização os ministros Marco Aurélio (relator), Cármen Lúcia e Luiz Fux. Contra esse entendimento se manifestaram os ministros Roberto Barroso, Teori Zavascki (sucedido por Alexandre de Moraes), Rosa Weber e Gilmar Mendes. Além de Toffoli, ainda restam os votos de Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

No processo, os servidores de SP afirmam que não buscam obter, na Justiça, qualquer espécie de reajuste ou aumento nos vencimentos, mas apenas indenização pelas perdas inflacionárias sofridas nos últimos anos, por conta da omissão do Estado de São Paulo que, desrespeitando o disposto no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal, não concedeu a revisão geral anual para os servidores públicos estaduais.

A defesa dos servidores sustenta que o STF já reconheceu, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2492, a mora legislativa do governo paulista sobre o tema desde 1999 – ou 12 meses após a edição da Emenda Constitucional (EC) 19/1998, que deu a redação atual ao mencionado inciso –, o que seria bastante para caracterizar a omissão, fazendo surgir daí a obrigação de indenizar.

O recurso começou a ser discutido pelo plenário em junho de 2011, quando Marco Aurélio votoupelo direito dos servidores à indenização. Segundo o magistrado, a revisão não é vantagem, mas um componente essencial do contrato do servidor com a administração pública e uma forma de resguardar os vencimentos dos efeitos da inflação. O ministro ressaltou que a revisão geral anual está assegurada no artigo 37, inciso X, da Constituição.

A divergência foi aberta pelo ministro Luís Roberto Barroso, ao defender que, apesar de o Estado ser obrigado a avaliar anualmente a remuneração geral dos servidores, isso não significa necessariamente a concessão de aumento. O ministro votou pelo desprovimento do recurso, e contra o que ele chamou de “uma forma de indexação permanente”.

Gilmar Mendes alertou os colegas para o risco de um efeito cascata, sendo que se der provimento ao recurso o STF estará admitindo que todos os servidores federais, estaduais e municipais cujos salários estiverem defasados farão jus a uma revisão, com impacto retroativo.

“Seria uma intervenção das mais radicais, uma revolução”, disse o ministro, “porque o Judiciário estaria mandando essa conta, com valor em aberto, para que seja incorporada talvez já no próximo orçamento”.

Luiz Fux, que seguiu o relator, considerou que o STF não pode ter uma postura consequencialista, e, em nome de consequências deletérias, violar a segurança jurídica e as normas constitucionais. “Não é possível que num momento em que se luta pela efetividade da norma constitucional se transforme essa regra em letra morta”, afirmou. Para o ministro Fux, o julgador constitucional não pode se furtar a dar efetividade à Constituição. “Ser consequencialista para negar efetividade à norma constitucional faz com que o STF se coloque na posição do legislador, como esse houvesse um arrependimento tardio”, concluiu, votando pelo provimento ao recurso.

Redação JOTA – Brasília

8 comentários:

  1. um direito claramente assegurado,e nem isso os sindicatos tiveram interesse em brigar na justiça.

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  2. É nosso direito. Vamos ver até onde vai ser feita a justiça. Não adianta só reclamar, é preciso agir. Vamos cobrar os sindicatos. É a hora de mostrarem serviço.

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  3. Não vai dar em nada, por que olha o que o Gilmar Mendes já diz: ´´ Seria uma revolução. `` Esse ministro e outros já estão maquinando para ATROPELAR a constituição e NOSSOS DIREITOS ( como que está sendo feito com a nova reforma trabalhista ) , fazendo com que voltemos a ser hipotéticamente falando: servidores funcionais ( escravos ) que só teriam deveres e NÃO DIREITOS. Traduzindo para o bom e velho português brasileiro: Nós servidores não queremos NADA, voltando a ser aquela velha história de que quem manda pode tudo e que o estado só da aumento na hora que ele quer, do jeito que ele quer, como ele quer... Tô pagando pra ver o final dessa história que tenho certeza que no final nós seremos os perdedores. Af!

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  4. TRABALHAR ATÉ MORRER? NÃO!

    A reforma trabalhista foi aprovada ano passado. Essa reforma significa um grande retrocesso nos direitos dos trabalhadores.
    Agora começamos a sentir na pele seus efeitos:
    precarização do trabalho, menos estabilidade no emprego e remuneração menor. Diversas empresas demitem seus empregados para contratá-los novamente com um salário menor.

    E o pior, o governo e os patrões diziam na maior cara de pau que essa reforma era necessária para gerar mais empregos! O que aconteceu foi exatamente o contrário.O desemprego só aumenta e muitos precisam recorrer ao trabalho informal.
    Quase metade dos trabalhadores de nosso país estão na informalidade. E da parcela que tem um emprego com carteira assinada, mais de 30%recebe no máximo um salário minimo e meio!

    Ainda tentaram outro ataque em nossos direitos e não conseguiram graças a nossa luta coletiva, firme e organizada, a luta dos trabalhadores: A REFORMA da previdência. Queriam aumentar o tempo de contribuição ao INSS, ou seja, que trabalhássemos mais para conseguirmos nos aposentar. Queriam também tirar qualquer garantia que receberíamos de aposentadoria o equivalente ao nosso salário durante o trabalho. Juntando isso com o fato da atual instabilidade no emprego e o péssimo salário, queria nos obrigar a trabalhar até morrer. Os empresários e os políticos não poupam esforços para enganar a classe trabalhadora. Tentam a todo custo nos convencer de que seus interesses são iguais aos nossos.
    Uma mentira! O interesse dos trabalhadores é por uma vida digna, com um bom emprego, educação, saúde, moradia e alimentação. Lutamos para manter nosso trabalho e para que os preços não aumentem e façam nosso pouco salário valer ainda menos. O interesse dos empresários e dos políticos é de aumentar cada vez mais seus lucros e suas contas bancárias. E para isso eles demitem, diminuem salários, aumentam o preço de tudo que precisamos para viver. Eles, que são minoria, tentam impor seus interesses para nós que somos maioria.
    Nossos interesses são totalmente diferentes! Nós que trabalhamos e produzimos toda a riqueza desse país. E tudo que consumimos é fruto do trabalho.

    PARA IMPEDIR QUE ESSA MINORIA IMPONHA SUA VONTADE SOBRE NÓS É NECESSÁRIO UNIÃO PARA BARRAR OS ATAQUES A NOSSOS DIREITOS QUE ESTÃO POR RECUPERAR OS QUE PERDEMOS. ESSES DIREITOS NÃO FORAM DADOS POR BOA VONTADE DOS GOVERNANTES E DOS PATRÕES.
    FORAM CONQUISTADOS ATRAVÉS DE MUITA LUTA. E VAMOS LUTAR NOVAMENTE. NÃO ACEITAREMOS CALADOS!

    Nas próximas eleições vamos votar em candidatos que sejam contra a reforma previdenciária. Para recuperar o rombo se é que ele existe , que se cobrem quem deve ao instituto previdenciário.

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    1. Se acha que nós é que ganhamos a ´´ NÃO REFORMA DA PREVIDÊNCIA``???? Esses pilantras só estão esperando as eleições passarem para votar a mesma. E muitos que nem você diz que devemos votar e que estão contra a reforma, pode ter certeza que depois das eleições mudarão de ideia e aprovaram mais essa estratégia nefasta para acabar de vez com o trabalhador assalariado. Esses são nossos representantes do presidencialismo-brasileiro ( POLÍTICOS BRASILEIROS ) que só pensão em si mesmo e não pela maioria da população. As estatísticas estão ai para serem vistas: dinheiro na mala, na cueca, no prédio, nas calças, escutas telefônicas as tantas, delações dos que estão sem saída as tortas e as direitas, denuncias de empresários ( que estão sem saída ) aqui e no exterior sem precedentes, etc... Espere e verá depois das eleições.

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  5. Essa reforma vai atingir o funcionalismo público, vai acabar aposentadoria com valor integral, teremos que trabalhar mais tempo. OS funcionários públicos não calculam os malefícios dessas reformas poderemos perder: sexta parte, abono de permanência, abonadas, corte drástico nos vencimentos por licença médica, fim da permissão para entrada em trabalho por até 15 minutos de atraso, fim do horário médico,fim da saída antecipada com pagamento de horas em outros dias, enfim vão alterar o ESTATUTO. Não vamos dar nossos votos para quem vai nos apunhalar

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  6. VC. ESQUECEU VÃO AUMENTAR A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE 11% PARA 14%, ACABAR COM QUINQUÊNIO NOJO, GALA ETC... O ESQUEMA TÁ ARMADO PARA O JOÃO DÓLAR LEVAR ESTA, PAGUEM PARA VER.
    E ESSA REFORMA SAI NESTE MANDATO APÓS O SEGUNDO TURNO DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, QUEM NÃO FOR REELEITO VOTA A FAVOR MESMO! TÁ FORA e QUEM FOR REELEITO TEM MAIS QUATRO ANOS DE "MANDATO"
    JOÃO DÓLAR ( O POSTE DO ALCKMIN) DISSE NA MÍDIA QUE QUEM ADMINISTRAVA O RECEBIMENTO DE ALUGUÉIS DO PRÉDIO QUE PEGOU FOGO DIA 01.05.18 É O CRIME ORGANIZADO, OU MELHOR UMA FACÇÃO QUE ATUA DENTRO E FORA DOS PRESÍDIOS NO BRASIL... FACÇÃO ESTA QUE FOI CRIADA E PROSPERADA NO GOVERNO DO.... DEIXA PRA LÁ
    CARA DE PAU: A CRIATURA ATACANDO O CRIADOR.

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