27 janeiro 2019

'Cantor abestado' que fez rap ameaçando agentes penitenciários acaba preso por agentes


Trechos da música falam em agente “caindo na bala no CPP” e “tomar essa cadeia e enforcar o diretor”

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O pseudo rapper abestado T.R.E. Strong foi preso nesta sexta-feira (25/1) por ameaça e incitação ao crime. Alisson Fernando Brito, seu nome de registro, divulgou música em que tenta intimidar os agentes do Centro de Progressão Penitenciária (CPP). O vídeo com o clipe foi publicado na internet em 19 de janeiro.

Agentes da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE) fizeram o flagrante e encaminharam o preso à sede da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra Administração Pública (Cecor), que investiga o caso.

No single intitulado de A cachorra vai tocar, em alusão à sirene que é acionada quando há confusão no pátio do presídio, T.R.E. Strong diz: “Quando a tranca estourar tu vai ser o primeiro a morrer. Papai Noel (apelido de um agente aposentado da unidade) caindo na bala na porta do CPP. O sistema quis assim. Plantou ódio vai colher (sic)”. Em outro verso, ele ameaça o diretor: “Tomar essa cadeia
e enforcar o diretor”.

Alisson Brito é morador de Taguatinga e cumpre pena por tráfico de drogas em regime domiciliar. Ele possui, ainda, passagem por lesão corporal. Com a prisão desta sexta, o cantor pode regredir e voltar ao sistema semiaberto. Ele assinou um termo circunstanciado por ameaça, mas permanece detido, aguardando uma decisão da Vara Criminal de Águas Lindas (GO), que havia expedido a prisão domiciliar.

Nessa quinta-feira (24), o autor explicou que escreveu a música há cinco anos, quando estava no sistema prisional, e que não tinha a intenção de ameaçar os servidores.

Acrescentou que se arrependeu do que fez e que tirou o clipe da internet. O agente citado na música registrou uma ocorrência contra o autor. Agora, com a nova denúncia, ele pode responder criminalmente por ameaça e voltar ao sistema fechado.

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federa informou que “será aberta investigação para averiguar possíveis práticas de crimes e eventuais sanções penais ou administrativas”.

O presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (Sindpen-DF), Leandro Allan, entendeu o fato como uma apologia à violência e à pratica de crimes. “Vamos tomar as providências cabíveis, tanto na área criminal quanto na cível. Encaminhamos o vídeo para o nosso jurídico e faremos as representações que o Código Penal prevê”, anunciou.

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