16 março 2020
Segurança contra ataques: SIFUSPESP defende rede de proteção e Operação Legalidade no sistema prisional
Publicado: 16 Março 2020
Um policial penal foi ameaçado de morte no plantão deste domingo (15), na PIII de Lavínia, e outro teve a casa invadida por homens encapuzados em Caraguatatuba, que levaram a arma e dinheiro do servidor. Continuidade da “greve branca” das facções criminosas foi confirmada por detentos após o término das visitas neste fim de semana. Foto: Pixabay/CC
Por Redação SIFUSPESP
Depois do término das visitas deste domingo (15), a mensagem de “greve branca” dos detentos se ampliou pelas unidades prisionais do Estado, alerta a direção do SIFUSPESP, com presos maciçamente informando a recusa em sair para os fóruns a partir desta segunda-feira (16).
Diante do quadro de ataques a trabalhadores da segurança pública, o sindicato reforça a importância de que a categoria aumente sua rede de proteção e defendeu a Operação Legalidade em prática. “Apesar do governo estadual não reconhecer, há um movimento ordenado por facções criminosas, o que inclusive impediu a realização de visitas a várias unidades neste fim de semana”, pontua Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do sindicato.
Além do assassinato a tiros de dois policiais penais em menos de uma semana - Alexandre Roberto de Souza, do Centro de Detenção Provisória Nilton Celestino, e Samuel Correia Lima, do Centro de Detenção Provisória de Mauá - no plantão deste domingo (15), um policial penal foi ameaçado de morte por um detento no pavilhão, na Penitenciária III de Lavínia. O preso se identificou como sendo de facção criminosa e se recusou a ir para o isolamento.
Na noite de sábado (14), dois homens de rostos vendados invadiram a casa de um policial penal em Caraguatatuba. Eles identificaram o servidor como agente penitenciário, levaram sua arma e R$ 300 em dinheiro, e fugiram do local. Na quinta-feira (12), foi descoberto o plano de assassinato de um policial penal da Penitenciária de Iperó, numa carta interceptada que permitiu a identificação de dois sentenciados envolvidos no caso, um preso e outro foragido.
“Não vamos esperar 2006 mais uma vez, nem que o governo ou alguém dê o início porque o start já foi dado com dois companheiros executados. A situação é crítica e todos nós temos que estar atentos. É um caso de sobrevivência”, alerta Jabá, destacando que a “saidinha”, antecipada para esta semana, colocará cerca de 20 mil detentos nas ruas.
Na sexta (13), o sindicato enviou ofício cobrando diversas ações preventivas da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), entre as quais uma reavaliação da SAP sobre as condições de visitas, banhos de sol e de atendimentos dos presos.
Rede de proteção
Para incentivar a rede de proteção, o SIFUSPESP orienta que:
- o uso de grupos nas mídias sociais para autoproteção e divulgação de informações verdadeiras;
- ao final dos plantões, que a categoria envie mensagem ao Whatsapp do sindicato (11 - 99339-4320) informando a situação das unidades;
- nos horários de saída e entrada, que os servidores procurem se deslocar em comboio e preparados para qualquer eventualidade;
- aos que moram em locais de risco, que procurem apoio do sindicato caso precisem de ajuda para ir para outro lugar;
- dentro das unidades prisionais: máxima cautela nos procedimentos; não cumprimento de ordens absurdas, como as que envolvam riscos ainda maiores devido ao déficit de funcionários; não aos desvios de função.
Prevenção do coronavírus
“Já vivemos na guerra que é nosso trabalho e essa é mais uma batalha, tanto os ataques quanto a pandemia do coronavírus. É um absurdo o governo Doria suspender aulas, mas manter as visitas nem fazer nada nas cadeias, locais de alto risco de contaminação”, critica o presidente do SIFUSPESP.
Contra os perigos do coronavírus, o sindicato enviou outro ofício à SAP na sexta (13) reforçando a reivindicação para as visitas sejam suspensas no sistema prisional paulista (leia mais), entre outras medidas, além de esclarecimentos e orientações considerando o alto risco de contaminação com a superlotação, número elevado de visitantes e a entrada de materiais externos às unidades.
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